quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Artigos Renato Bispo

Design Out Stigma - The role of objects

Designing out stigma – The potential of contradictory symbols

Congresso Internacional sobre a Deficiência

A WeAdapt, spin-off da Universidade do Minho, tem a honra de convidar a Academia a assistir à pré-apresentação da colecção de moda Primavera/Verão 2009, dirigida a utilizadores de cadeiras de rodas no âmbito do I Congresso Internacional sobre a Deficiência (http://www.congressointdeficiencia.com/).
Este evento realizar-se-á no próximo dia 31 de Janeiro, pelas 16.00 horas, no Grande Auditório do Parque de Exposições de Braga.
O ingresso gratuito requer uma pré-inscrição, que consiste no envio de um e-mail com o nome, instituição e contacto do participante para o seguinte endereço: info@weadapt.eu

WeAdapt – Inclusive Design and Engineering Solutions
SPINPARK – Centro de Incubação de Base Tecnológica
AVEPARK – Zona Industrial da Gandra
Apartado 4152
4806-909 Caldas das Taipas
Guimarães
www.weadapt.eu
info@weadapt.eu

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ana Correia de Barros

(.../...) Descobri recentemente um blogue do Design Studio FEUP e um outro sobre design de ajudas técnicas e a razão pela qual escrevo é que há uma enorme ligação entre aquilo que eu estou a estudar enquanto doutoranda da UTAD / UNIDCOM/IADE e as propostas que vi apresentadas nos blogues. A minha tese versa sobre a relação emocional que as pessoas estabelecem com as ajudas técnicas. Em concreto, estou a estudar vítimas de Acidentes Vasculares Cerebrais. O doutoramento iniciou-se há um ano e tenho já alguns resultados curiosos que obtive a partir do contacto directo com os doentes (estou no momento em fase de recolha de dados junto dos doentes sob a forma de entrevistas semi-estruturadas). Parece-me que seria enfadonho estar agora a descrever todo o plano de trabalhos, metodologias e objectivos, mas achei por bem escrever, não só para dizer que estou disponível para partilhar conhecimentos que a minha investigação trouxe até agora como para saber se estarão interessados numa troca de informação. Se for esse o caso, terei todo o prazer em mostrar com detalhe o que tenho feito e o que me proponho atingir. Este meu percurso não tem sido nada fácil, uma vez que actuo praticamente sozinha, mas consegui cativar o interesse do Hospital de São João, várias clínicas de fisioterapia, uma associação de doentes de AVC e estou no momento a tentar uma colaboração com o Hospital de Santo António e outra com o Centro de Reabilitação Profissional de Gaia. O meu argumento é sempre o mesmo: que devemos, nós designers, colaborar e solicitar a colaboração de profissionais de todas as áreas que integrem o estudo das pessoas com deficiências ou incapacidades. A meu ver, de todas, esta área do design de ajudas técnicas será talvez a que mais requer que todos trabalhem em conjunto para o mesmo fim. Estarei, por isso, disponível se houver lugar à partilha que sugeri.

Melhores cumprimentos, Ana Correia de Barros

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

We can change....

Hello Carlos,

We're excited to let you know that this morning we opened voting for the final round of the Ideas for Change in America competition at www.change.org/ideas.

As you may know, we launched the competition back in November with MySpace and more than 50 nonprofit partners in response to Barack Obama's call for citizen involvement in government. First round voting ended on December 31, and the top rated ideas from a diverse range of 7,783 submissions have qualified for the final round.

The final round of voting ends on January 15, and the following day we are co-hosting an event at the National Press Club with the Case Foundation to announce the top 10 rated ideas and present them to the Obama administration. We will then launch a national campaign in coordination with our nonprofit partners to ensure that each idea gets the full consideration of the administration and 111th Congress.

To select your "Top 10 Ideas for America," go to our site and become a part of the people-powered movement leading the call for change in America.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Conhecem ?

A UTAD tem um Centro e uma licenciatura ligados à Engenharia da Reabilitação e Acessibilidade.
Centram-se em "em áreas como o acesso a tecnologias de informação, comunicação e mobilidade."

Nota sobre a velhice

Jornal de Notícias / Domingo 4 de Janeiro 2009 (reportagem de domingo, p.3)
Por Helena Norte

Os cidadãos portugueses com mais de 80 anos são hoje cerca de 450.000, mas até 2006 o número deverá triplicar para 13% da população. O Eurostat (gabinete de estatística da União Europeia) prevê que em 2060 a percentagem dos maiores de 80 anos triplique. Portugal acompanha a Europa na tendência de envelhecimento populacional por duas vias: baixa fecundidade e aumento de longevidade.

sobre o Projecto Ajudas Técnicas

O texto que se segue foi-me enviado pelo Francisco Providência numa tentativade  traçar um enquadramento do projecto a candidatar à FCT 
(Vasco Branco)

Contexto de partida: admitindo que grande parte dos equipamentos e ambientes contemporâneos estão preparados para uma certa padronização de utentes (adultos com toda a capacidade de autonomia motora e intelectual), parece necessária a criação de meios técnicos para responder às Pessoas com necessidades especiais, como os cidadãos infantis, da terceira idade e outras pessoas com doenças do foro neuromotor, perda súbita ou progressiva de memória ou outras manifestações degenerativas ligas à perda de autonomia de locomoção.

Objectivo: responder às pessoas cujas necessidades especiais as tornam um grupo social discriminado, pela padronização moderna e universal das estruturas urbanas modeladas pelo cidadão adulto produtivo.

Metodologia: a resposta a estes cidadãos pode ser de três tipos:
Ambiental, quando se alteram as condições de vida e acesso das pessoas, pelas transformações nos equipamentos que nos rodeiam ‹ por exemplo substituição de escadas por rampas, utilização simultânea de sinalização visual, auditiva e sensitiva, aumento da dimensão e contraste de letreiros, colocação de guardas de segurança e corrimãos, etc;
Instrumental, sempre que se trata da aquisição de equipamentos individuais de uso, contribuintes para um melhor desempenho dos indivíduos através da sua orientação, autonomia de deslocação, autonomia de alimentação e sobrevivência doméstica ‹ por exemplo todo o tipo de bengalas, muletas, cadeiras de rodas, andarilhos, mas também óculos ou talheres especiais;
Protésica, quando a instrumentalidade e eficácia dos artefactos depende da sua fusão com o corpo necessitado, assim constituindo exemplo de simbiose na relação homem-máquina, como solução limite de resposta à precariedade da sobrevivência natural ‹ por exemplo todo o tipo de dispositivos cirúrgicos como estimuladores electro-cardíacos, válvulas arteriais, cabeças de fémur em platina, próteses dentárias em cerâmica, etc.;

Se as intervenções de tipo ambiental se processam sobretudo ao nível da escala da cidade, correspondendo necessariamente à prática de arquitectos, urbanistas, engenheiros de trânsito, paisagistas e designers de equipamento urbano, as de tipo instrumental correspondem claramente à prática tradicional do design industrial ou de equipamento, distanciando-se das terceiras de tipo Protésico, que pela sua natureza limite têm um desenho exclusivamente limitado pela funcionalidade orgânica do corpo do utente (por exemplo no caso das próteses dentárias o desenho é produzido por decalque directo do órgão a ajudar.
Entende-se por objecto deste estudo e em exclusivo, os dispositivos de ajuda técnica de tipo instrumental e consequentemente aqueles que visam uma utilização individual e exterior dos artefactos, estabelecendo com eles uma relação de uso que poderá ser de identidade e pertença. São por isso objectos de ajuda exteriores ao corpo que, por isso, poderão estigmatizar socialmente os seus utentes na medida em que evidenciam a percepção do estado da sua dependência em consequência de doença, envelhecimento, má formação de nascença ou outra forma de incapacitação dos indivíduos.
Esta será porventura a máxima pertinência do Design enquanto disciplina, já que se aspira a um desenho que supere pela comunicação e retórica, os estigmas simbólicos atribuídos a este tipo de artefactos.

Pretende-se igualmente que o desenho destes novos equipamentos de ajuda técnica, incorporam maximamente alta tecnologia de apoio, dotando-os de novos e melhores desempenhos, assim constituindo mais valor de diferenciação pela inovação.

A enorme dimensão da área de intervenção, obrigará a que a selecção e endereçamento de projectos seja objecto de estudo e decisão apoiada em estudos médicos actualizados sobre as principais carências ditadas pela saúde pública ‹ nomeadamente através dos relatórios nacionais de saúde‹, onde se deverá deduzir as áreas de maior necessidade, ou de resposta carenciada pelo mercado.

Não se tratará portanto de desenhar apenas mais uma cadeira de rodas, mas antes de investigar o processo da sua evolução tendo em conta os seus pressupostos ergonómicos, simbólicos, estéticos e funcionais. A totalidade da investigação deverá encontrar no estudo dos meios de construção, uma resposta que a partir de novos materiais, possa constituir uma alternativa mais leve, mais resistente, mais orgânica, mais simpática e de produção mais sustentável, à actual oferta do mercado. A exploração de novos polímeros e resinas, parece poder constituir uma oportunidade de êxito.

O estudo sobre a  tipologia de usos e consequente indicador da forma dos objectos, deverá ter em atenção a vida comum dos potenciais utilizadores, numa perspectiva tão polivalente quanto possível. Não se deverá centrar apenas na ergonomia, mas tratar a percepção psíquica e social do objecto, convergindo num programa o mais polivalente e abrangente possível. O hibridismo funcional dos objectos poderá constituir grande vantagem na avaliação final do seu desempenho. Por exemplo, um carrinho de compras poderá resultar num andarilho dissimulado e assim cumprir a função de apoio à locomoção, evidenciando no entanto o aspecto de um carro de compras.

Deste estudo deverá resultar um conjunto excêntrico de potenciais argumentos de projecto, respondendo tanto a constrangimentos técnicos (por exemplo a dificuldade que doentes de artrose sofrem em produzir movimentos de rotação das articulações), como a necessidades psíquicas de representação social, ou condicionalismos produtivos. Da reunião dos mais diversos contributos de projecto em confronto com a recolha e classificação dos produtos existentes no mercado, deverá surgir um programa detalhado e síntese do conhecimento actual sobre a matéria.

Francisco Providência | 3.01.09